quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dedos da mão



Há dias em que queremos matar, matar tudo o que respira, tudo o que transpira vida, tudo o que é sorriso, tudo o que é alegria. Tudo a nossa frente, tudo o que se move, tudo o que sobe, tudo o que alegra e também o que padece. Tudo o que comove, tudo o que consome nosso sono e nosso olhar, nossos medos, nossas alegrias. A ira e a desesperança querem arrastar tudo em um imenso dilúvio a sua frente.

Há dias em que queremos morrer, morrer mil mortes, morrer e levar junto tudo o que não temos, tudo o que queremos, tudo o que vemos . Morrer infinitamente, morrer sempre, em todos os lugares e em todos os momentos. Essa é a morte da tristeza, da entrega e do abandono.

Há dias ambiguos dentro de nossa natureza ambigua, nesses dias queremos matar mas também queremos morrer, até termos a satisfação que nada restou, tudo se dizimou, se consumiu, voltou ao pó, só então podemos morrer e descansar em paz.

Há pequenos dias de alegrias: o sorriso de alguém que se ama ou mesmo que se gosta, uma palavra, um olhar, uma companhia, um carinho, esses dias contamos nos dedos de uma mão.

domingo, 15 de agosto de 2010

Simplesmente Mulher



Tantas, sou só uma e sou tantas
Sou devassa e sou santa
Recatada e vulgar

Louca, tão centrada e tão louca
Degustando em tua boca
As delícias de amar

Me respeita e me abusa
Me ame como quiser
Simples demais ou confusa

Sou simplesmente mulher



Silvia Machete